Saindo de Itapuã
Voltar na ilha do Barba Negra é sempre uma boa remada ainda que eu gostaria de ir e ficar, pelo menos, dois pernoites para caminhar pelas areias grossas da lagoa dos Patos com o sol surgindo no horizonte. Fotografaria as marcas da água no chão e qualquer coisa que tivesse vindo nas ondas. Mas, desta vez era a oportunidade de meu filho Fernando conhecer o lugar que eu já havia estado por três vezes, sempre chegando à tarde e partindo cedo.
Na sexta feira mesmo confirmei com Gerson que estaria na remada e nem sabia quem mais estaria participando. Achava que estaria revendo os amigos do grupo da última remada no Barba negra, mas, só participaram Alvares e Jair.
Não queria uma remada de velocidade porque tanto eu, quanto o Fernando, não temos remado com frequência. E pelo que o Gerson disse sobre o roteiro achei que estaria bem para nós. Caso contrário, estaria preparado para remarmos em um ritmo mais adequado para nós e disperso do grupo.
Saímos da vila de Itapuã com algum atraso e ao passarmos pela ilha das Pombas alguns caiaques pararam para consertar um leme. Quem seguiu em frente parou na ilha do Junco e assim pulamos a parada prevista para o Camping. A parada seguinte foi na ilha da Ponta Escura de onde saíram três caiaques no reboque por sugestão do líder do grupo para alcançarmos uma velocidade maior. Assim sendo e acatando as determinações dos organizadores, eu, o Fernando, que remávamos em caiaques individuais e mais um caiaque duplo, fomos rebocados por outros três duplos até a praia da Sepultura, no Morro do Formiga.
O Fernando que vinha no meu ritmo até poderia render um pouco mais mas, não tinha porque deixar-me para trás e, certamente, chegaríamos alguns minutos depois dos primeiros que eram os duplos. A vantagem de termos andado no reboque talvez não fosse superior a 1 km/h.
Enquanto remava eu observava o Fernando que, como eu, vinha com o cabo solto e arrastando na água na maioria do tempo. O outro rebocado que era um duplo e atravessava sem conseguir navegar na esteira. Com isso exigia maior esforço dos remadores que rebocavam.
A travessia para a ilha do Barba Negra foi uma bela remada de 4,2 km e chegamos por último e desacelerando, curtindo as ondinhas e batendo papo com o amigo Alvares, que anda remando muito e fazendo belas aventuras pelas lagoas com parceria do Jair.
O acampamento foi montado com muita sobra de tempo e até a fogueira para o churrasco, organizada pelo Marcelo, teve de esperar o por do sol para ser acesa.
Depois do churrasco, uma chuva e o amanhecer emburrado com céu encoberto. Parecia que seria um dia de vento mas, logo ele acalmou.
Seguimos no retorno fazendo as mesmas paradas e não me importei que chagássemos sempre minutos depois. Ao sairmos da ilha da Ponta Escura os barcos mais velozes tomaram a dianteira e passaram direto pela ilha do Junco. Nós precisamos fazer uma parada e, com isso, os caiaques foram sumindo da nossa vista na direção da ilha das Pombas.
Saímos sem pressa da ilha dos Junco navegando na vaga das ondas que vinham de Oeste, afinal, não tínhamos como acompanhá-los e consideramos estarmos por nossa conta.
Até chegarmos na altura da ilha das Pombas, as ondas foram aumentando. O Fernando se deliciava no balanço dos caiaques que quando um subia, o outro baixava. Eu não escondia a preocupação com a distância que tínhamos ainda pela frente e a possibilidade de vento mais forte enquanto que a remada começava pesar cada vez mais pelo cansaço do segundo dia.
Ao cruzarmos a boreste da ilha, vimos que os caiaqueiros haviam feito uma parada para descanso. Mas já estavam embarcados e logo saíram navegando mais abertos que nós. Prosseguimos no mesmo rumo de antes para fechar no mesmo ponto onde as proas deles apontavam porque sabíamos que eles navegavam com GPS. Estávamos na rota correta embora não fosse difícil, ainda mais, para que já fez o mesmo trajeto outras vezes.
Logo que eles entraram no arroio à nossa frente, a água já estava mais agitada e faltando uns 200 m o vento aumentou de forma levantar respingos. Remamos o último trecho e viramos para o arroio com ondas pela popa. Com todo cuidado, controlamos os barcos no remo e nos deliciamos com os últimos momentos de caiacada.
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