terça-feira, 8 de novembro de 2011

REMADA RIO CARDOSO - SEGUNDO DIA


Amanhecer na lagoa Itapeva 

Sair da barraca e se deparar com uma visão dessas, saber que com um caiaque se pode ver o sol nascer cada dia em um lugar diferente longe da balbúrdia da civilização são coisas simples e tão valiosas ao mesmo tempo.
O sol saindo de trás das nuvens, modelando figuras com sombras e cores douradas, prateadas, avermelhadas, deixando no campo sombras compridas e molduras negras dos elementos da natureza ou de algumas construções em contra luz,  faz a cada passo, a cada instante, com a câmera nas mãos, surgir uma nova cena.
Os barcos repousando ao lado das barracas, a movimentação do pessoal no acampamento e a organização de uma nova etapa recolhendo tudo, o café da manhã e as fotos que cada um quer registrar, fazem o tempo correr muito rápido.
  
Só depois que os barcos deslizam pelas águas e o acampamento fica para trás que todos têm o foco em um novo porto, uma nova parada.















Oi Tiane, foto com carinha feliz  (emoticon)












 Uma construção rústica, simples, da a sensação de intimidade com a natureza.








Voltando para água uma leve brisa que mal mantinha a pequena vela em ação. Mais valia  o doce prazer de se imaginar levado pelo vento.

Ao contrário do que pensamos um barco sob forte estresse dando tudo de si para vencer o tempo.
Passou tão depressa que não viu nada.







Eu seguia em um rumo mais aberto em relação ao grupo que seguia junto a costa. 
Eles haviam partido do acampamento um pouco antes de mim. Eu os acompanhava à distância tentando avistar a entrada do canal. 
De repente vi uma garça em voo rasante sobre mim e lamentei não estar pronto para fazer uma foto. Mas, logo ela retornou e deu várias voltas sobre mim. Eu bati algumas fotos dela enquanto remava quando percebi  que alguns barcos já estavam no canal do rio Cornélius.  Eu já havia passado da entrada que ficara à minha direita e um pouco distante.
Fiquei pensando no voo da garça se tinha alguma relação com  o rumo errado que eu fazia porque ela deve habitar aquele local que é entrada de barco de pescadores.  Por isso, poderia estar  aguardando a chegada de barcos com peixe.
Fora isso, a única possibilidade seria a semelhança da vela com uma grande garça. 







Aqui já estava no canal do rio Cornélius e avistando a ponte.
Depois de passarmos sob a ponte seguimos pelos canais tortuosos que ligam a lagoa Itapeva com lagoa dos Quadros.

Pescando da varanda.




Aqui uma parada que alguns aproveitaram para relaxar na água , descer ou simplesmente encostar os barcos.
Cristiam valorizou o banho e ensaiou uma re-entrada no caiaque que não foi bem sucedida.












Prosseguimos até segunda ponte no rio Cornélius onde fizemos uma pequena parada para lanche. Depois disso, saímos e logo adiante entramos na lagoa dos Quadros com rumo determinado na ilha de pedras do Sr. Benjamim. Fabiano e Cristiam haviam escolhido mais uma parada para almoço na margem da lagoa em um local que já havíamos acampado na remada das lagoas.
Essa parte ficou um pouco confusa pois, eu havia entendido que todos estavam acordados quanto ao local da próxima parada. Fabiano e Cristiam saíram primeiro e quando o restante do grupo estava saindo, soube que aquela parada não estava nos planos de todos e que iríamos direto na ilha.
Segui com o grupo na direção da ilha e foi pior para mim pois, a travessia era demorada, muitas ondas contra e eu havia ficado sem almoçar.
Na verdade o que faltou não foi almoço e sim energia para o veio.



Parada sobre as pedras da ilha. Eu não aguentava mais e não quis descer nas pedras. Passei a mão em uma laranja que estava atrás do banco e descasquei com os dentes.
O barco foi virando a proa para fora e ouvi o Fernando dizer: " comendo escondido, hein?" Virei o barco para a ilha e via as cascas da laranja boiando entre o barco e as pedras.
Me desculpem, mas, foi uma emergência pois a fraqueza estava me matando.



Recomeçamos a remada contornando a ilha agora estávamos entrando entre ela e o canto da lagoa. Voltávamos a encarar as ondas de frente e agora um pouco maiores porque ocorre um estreitamento da passagem das ondas entre a ilha e as pedras da costa.




Egon  enfrentando as ondas mas com ritmo bem de vagar, poupando energia para chegar até o fim.
 Eu  tinha desculpas das  fotos  para parar de remar.







Quando entramos pela foz do rio Maquiné esperava que a vela fosse suficiente para levar o barco porque eu não tinha mais forças para remar. Mas, o vento estava forte naquele trecho e não arrisquei com medo de desmastrear.
Segui um pouco adiante até altura da balsa quando parei de remar e decidi que não remaria mais. Levantei a vela e o barco acelerou. Foi a velejada mais rápida das poucas que fiz.
Assim fui até o portinho dos Esch  quando usei o remo para manobrar o barco para entrar no trilho do capim.





Aqui me dei mal. O barco entrou um pouco fora do trilho e não tive como retornar devido ao leme baixado. Eu não tinha força para puxar todo peso e empurrar o barco sobre o capim. Então veio o Egon em um novo trilho ao lado e me ajudou até alcançar a mão do Márcio que me puxou para terra firme.
Cheguei tão exausto que dei dois passos e me joguei no chão.
Só tenho de agradecer a todos que me ajudaram, me tirando da água, carregando meu barco e as tralhas, com o café e comes que rolou depois.

Esta apareceu em baixo do carro quando terminamos de colocar os barcos sobre o carro e todas as tralhas dentro. Egon a tirou do caminho para não ser atropelada por nós.

Olha a aranha...




Aqui outros links com relatos da remada:

Fabiano
Marcio
Leonardo
Tiane



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